terça-feira, 28 de julho de 2009

Dia 8

Acordamos empolgados e, antes de tomar café da manhã, subimos na van que nos levou ao aeroporto de Nazca. Lá, embarcamos num monomotor e fizemos um voo de aproximadamente 40 minutos sobre o deserto para ver as famosas e misteriosas Linhas de Nazca, feitas em tempos remotos, sabe-se lá por qual motivo. Para quem nunca tinha entrado num avião pequeno, como eu, o estranhamento já começou nos primeiros momentos. Tenho de admitir que o medo atacou no início, mas depois de 15 minutos já tinha me acostumado com a situação e com as manobras fechadíssimas que o piloto fazia no ar para que os passageiros dos dois lados pudessem ver perfeitamente aquelas enigmáticas figuras no chão. A dica de fazer o voo antes de tomar café funcionou bem, pois em certos momentos, quando a força G atua mais forte no corpo, algumas pessoas podem sentir vontade de vomitar e isso pode atrapalhar o seu passeio e de quem estiver ao lado. (hehehe)

Descemos do avião maravilhados, cheios de adrenalina na corrente sanguínea e, mais uma vez, boquiabertos. O Peru tem a vocação de te deixar boquiaberto pelo menos uma vez por dia...

Voltamos ao ótimo Hotel Alegria, tomamos o café da manhã e seguimos para conhecer o Cemitério de Chauchilla. Este é outro ponto alto de Nazca, somente a 17km da cidade. Lá, existem múmias de vários povos pré-incas e incas em bom estado de conservação. É uma paisagem surreal. Pagamos um guia e fomos conhecer a história das múmias em suas tumbas no deserto. Fascinante.

Depois, pegamos a Panamericana Sur com obejtivo de chegar a Camaná, cidade costeira. A rodovia cortava o deserto e durante o trajeto pegamos uma forte ventania lateral que trazia areia junto, um cenário perigoso para inexperientes, por isso seguimos pacientemente em velocidade reduzida.

Após algumas horas de viagem tivemos uma grande surpresa. Ao lado direito da estrada aparecia o bravo Pacífico, de ondas altas e revoltas. Paramos os carros e alguns se arriscaram no meio de tempestade de areia para se aproximar do oceano. Seguimos por várias horas com o mar à direita e o deserto à esquerda.

As paisagens à esquerda iam mudando com o passar dos quilômetros, coisas fantásticas se desenhavam no horizonte. Até por paisagem lunar nós passamos...

A noite caiu rápido e, como perdemos tempo durante o dia, o tráfego de caminhões se intesificou nas sinuosas curvas da Panamericana Sur, tornando a jornada tensa e perigosa. Continuamos por algumas horas, até o limite da resistência psicológica dos motoristas e resolvemos parar em Ocoña, uma cidade pequena com pouca estrutura a mais ou menos 60km de Camaná.

Foi um erro, pois lá pegamos a pior hospedagem de toda a viagem e a estrada, mais pra frente, não tinha tantas curvas perigosas com abismos.

Assim terminou o dia.
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Aventura no monomotor.


O Colibri, um dos vários desenhos feitos no deserto pelo antigo povo Nazca.
A maior curiosidade é que eles só podem ser vistos do alto.


Múmias do Cemitério de Chauchilla.


Tratores retirando areia da rodovia.


Panamericana Sur com o Pacífico à direita.

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