sexta-feira, 24 de julho de 2009

Dia 4

Dia da Trilha Inca.

Eu, meu pai e irmãos acordamos cedinho. Um ônibus já nos esperava na porta do hotel em Cusco para nos levar até Ollantaytambo. De lá, pegamos um trem que nos levou até o km 106, onde começou a nossa trilha de dois dias. Na verdade, a caminhada propriamente dita só aconteceu no primeiro dia, pois o segundo foi reservado a uma visita guiada à cidade de Machu Picchu.

Selva, calor, umidade, esforço, cansaço, suor. A caminhada de 11km começou dura e parecia interminável. Subida feroz de 5km pela manhã até o ponto de apoio pertinho de Wiñay Wayna, uma linda cidadela muito bem conservada que nos deu o primeiro impacto da genialidade inca com a vista de perto dos terraços de cultivo, onde os antigos faziam melhoramento genético das sementes através da adaptação de espécies vegetais a altitudes mais elevadas pouco a pouco, degrau por degrau.

Depois de comermos e descansarmos, seguimos os últimos 6km de trilha num clima diferente, mais ameno e com poucas subidas, bem mais tranquilo. Paisagens absurdamente lindas das montanhas no caminho. Imaginávamos os ágeis "chasquis", mensageiros incas, correndo por aquela trilha de pedra no alto da montanha para entregar suas mensagens. Após três horas de jornada passamos por Intipunku, o Portal do Sol, e entramos no santuário de Machu Picchu. Alguns minutos a mais e tivemos, de longe, a primeira visão da cidade sagrada encravada na montanha. Paramos e contemplamos. Raios solares rasgavam as nuvens em vários pontos e o cenário não podia parecer mais divino.. Os óculos de sol camuflaram os olhos marejados. Seguimos extasiados e depois de um tempo finalmente chegamos na parte alta da cidade, onde ficamos ainda mais boquiabertos com o visual à frente. Nenhuma palavra, nada foi dito. Cada um foi para um canto. Silêncio. Não existiam mais palavras, horas, números, verbos, substantivos, adjetivos. A mente silenciou.

Uma coisa pra fazer antes de morrer é chegar em Machu Picchu pela trilha.

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Agradecimentos ao Marcelo Godoy da agência El Dorado (www.machupicchu.com.br), à Kintu Expeditions (www.kintuexpeditions.com) de Cusco e à nossa sensacional guia Maribel, que foi de uma atenção sem igual e nos deu uma aula de cultura inca.

Para quem quiser fazer a trilha os nomes acima são altamente recomendados.
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Visão do rio Urubamba cortando o vale.


Wiñay Wayna, que significa "eternamente jovem".


Placa do Intipunku, o Portal do Sol.


Machu Picchu ao longe.


Machu Picchu de perto.

2 comentários:

  1. Chegar a MachuPicchu pela trilha é algo indescritível. Realmente, coloquem no caderno das coisas a serem feitas em vida. Aliás, fala-se abertamente em Cusco que a forma "sagrada" e "respeitosa" de se chegar a cidadela é pela trilha. Garanto que o cansaço é o de menos. Vale a pena tomar esse choque.

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  2. Caras, parabens, inclusive pela concisão na descrição da aventura. As fotos estão muito boas.
    Bravo!

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